sábado, janeiro 24, 2015

SOCIEDADE || Chumbo da adopção por famílias homoparentais

 Foi, mais uma vez, chumbada no parlamento a adopção por casais homossexuais. Dia 21 deste mês os ministros e políticos votaram e foi este o veredicto ao qual chegaram. Este é um assunto no qual gira muita polémica à sua volta, que divide a sociedade e que gera muita revolta, e com toda a razão. Quando falo em revolta, refiro-me a quem apoia e luta pelos direitos de igualdade entre os casais hetero e homossexuais. E eu, sendo apoiante de que todos merecem ser felizes e criar família, independentemente da orientação sexual, estou revoltada com esta decisão tomada no parlamento. 

Toda a gente merece ser feliz e deve lutar pela sua felicidade e objectivos, e é exactamente isso que se está a fazer. Há demasiado preconceito à volta desta situação, preconceito esse que não deveria existir em pleno século XXI. Um dos maiores preconceitos, na minha opinião, é rotular logo ao se dizer "casais homossexuais" e não se chamar aos casais ditos "normais" (como se diz muito por aí) "casais heterossexuais". Claro que isso não se ouve em lado nenhum, porque lá está "Deus criou o homem e a mulher para os dois sexos se juntarem, e não pessoas do mesmo sexo". A minha resposta a isto é - e peço imensas desculpas pelo palavreado - uma merda. Primeiramente, não há mal nenhum em amar pessoas do mesmo sexo. Após tantos anos a lutar pelo casamento que, em 2010 foi finalmente aceite em Portugal, cortam assim "as rédeas" no que toca a constituir família. 

Não é por se estar casado ou viver com um parceiro que seja do mesmo sexo, que vão deixar de querer ter filhos e dar continuidade à família. Não é por ter pais homossexuais que se vai ser menos feliz. Aliás, nem todos os filhos de casais heterossexuais são felizes! Há tanto preconceito à volta da adopção, que nem olham para as famílias que têm um membro masculino e um feminino e que deram continuidade à família e que tratam mal os filhos, filhos esses que são do seu sangue! Para esses casos já não há tantas limitações, mas para um casal em que existem dois pais ou duas mães, muda tudo de situação de maneira absurda. 

Claro que não deve ser nada fácil para uma criança estar na escola e haver as perguntas do pai e da mãe e elas terem uma família homoparental, Ninguém questiona isso, certamente. Mas se há a hipótese de uma criança sair de um orfanato e ir para uma casa feliz, uma família que trate bem a criança, que sejam os pais dela e que lhes expliquem a situação quando tiver uma idade em que comecem a entender as coisas, porque não apoiar esta adopção? Há a possibilidade de proporcionar felicidade à criança. E não é por estar numa família que seja homoparental, que signifique que os filhos sejam da mesma orientação sexual que os pais. 

As crianças gozam ou brincam com as situações, claro que sim, mas muito desse gozo vem de casa, vem da educação que os pais dão às crianças, não no sentido de dizerem "esta pessoa não é boa porque têm duas mães ou dois pais" mas sim explicando que existem casos desses e que não devem ser considerados diferentes de todas as outras famílias. 

Se há amor para dar, não se deve limitar o constituir de uma família. Estão a proporcionar felicidade e um lar às crianças. Não passa a ser um amor diferente por ser de x ou y orientação sexual. Se se fala tanto em igualdade e numa sociedade unida com os mesmos direitos, porque não se começa realmente agir em relação a isto, e se deixar de tanto preconceito? 

Sem comentários:

Enviar um comentário