segunda-feira, abril 21, 2014

"Olá amor da minha vida!"

Sempre fui muito menina do papá, talvez porque as nossas personalidades são idênticas, e o facto de os meus pais se terem divorciado quando eu tinha 3 anos e, devido a isso, eu ter começado a passar todos os fins-de-semana com ele, é capaz de ter também contribuído para a tal coisa de eu ser menina do papá. Desde que me lembro, temos uma cumplicidade enorme um com o outro. Nunca me senti abandonada por ele, e ele nunca me desiludiu. A única vez em que o desiludi, ele teve toda a razão do mundo em se ter sentido assim, e por mais que me tente redimir, sei que ele se vai lembrar daquilo, porque sou a sua filha. Mas não fico chateada por tal, porque agi erradamente.

 As maiores lembranças da minha infância que tenho foram passadas com ele, porque nos divertíamos sempre imenso: desde cinema, ao teatro, à praia, ao jardim zoológico, ao parque, ou à melhor gelataria do mundo. Sabíamos - e ainda sabemos - passar os dois tempo de enorme qualidade, e não trocaria nenhum destes momentos por nada. 

Às vezes sinto que ele me lê a mente. Isso porque confiamos ao máximo um no outro, e conhecemos todos os nossos defeitos e qualidades (que são praticamente os mesmos). E digo que acho que ele me lê a mente, porque quando lhe vou dizer algo, ele já sabe o que vou dizer. Talvez eu seja muito previsível, e mesmo que lhe tente esconder algo de que ainda não tenho a certeza, ele diz-me logo que já sabia, porque me consegue decifrar de uma maneira incrível. Isso aconteceu este fim-de-semana, quando fui jantar com ele e alguns membros da famelga. Ele já me tinha confrontado com uma situação, mas ainda não tinha coragem para lhe dizer porque era algo menos bom, e então foi no Sábado que ganhei coragem para lhe falar sobre isso. E ele compreendeu e disse que já o sabia, porque tinha visto na minha cara e na maneira com que eu falava sobre a tal situação. E claro, ele com a sua sinceridade lindíssima, consegue ser um tolo e fazer-me sorrir. E não me magoa. Mas quando o faz, eu digo-lhe logo. 

Às vezes ele consegue ser um bronco (não no mau sentido) e eu herdei isso dele. Tal como toda a minha alegria, sentido de humor, sinceridade e frontalidade. Foi tudo herdado dele (a frontalidade e sinceridade também vieram da minha mãe!) e não poderia ficar mais feliz por ser tão igual ao meu pai. Ele consegue fazer-me sorrir quando eu menos espero, sabe dizer-me as palavras de conforto de que preciso ouvir na altura, e é sincero em relação a tudo, mesmo que eu não goste. E eu não me importo com isso, porque sei que ele era incapaz de dizer algo só para me agradar. Ele faz logo o meu dia mais brilhante quando me liga e me diz "Bom dia flor do dia!" ou "Olá amor da minha vida!" com uma alegria enorme na sua "bruta" voz.

Tenho a plena noção (e como vocês já puderam concluir) que vou ser para sempre menina do papá. Mas ele faz-me ficar tão repleta de felicidade, que não me importo de ser assim. Ele faz-me verdadeiramente feliz, tal como eu a ele. Tenhamos a idade que tenhamos, ele é o meu daddy, e eu sou a sua filhota. E eu sou uma babada por ele. 

Imagem retirada da Internet

4 comentários:

  1. Ooh que bom terem uma relação assim tão próxima e carinhosa *.*

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  2. Ohh, isso é tão bonito :')

    Muito obrigada pela dica :b

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  3. Adorei este amor de texto. É tao fantástico que mantenhas uma relação assim com o teu pai. Conheci pessoas que passaram pelo mesmo e aconteceu exatamente o oposto: não foram capazes de desenvolver uma boa relação com o pai. Por isso, este textinho deixou-me feliz.
    Beijinho*

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    1. Muito, muito obrigada!
      Tenho imensa pena que essas pessoas que passaram pelo mesmo não o tenham conseguido s: A verdade é que muitas vezes se torna difícil, principalmente se a separação dos pais ocorrer enquanto essas pessoas forem mais velhas e tiverem a noção das coisas. Eu na altura era inocente, não tinha percepção do que se passava para os meus pais se terem divorciado, mas não fui nem sou menos feliz por tal coisa, porque felizmente sempre tive o apoio e o carinho dos dois em tudo.
      Mais uma vez, muito obrigada! Beijinho! :)

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